29 de março de 2011

As reformas urgentes e necessárias para o Brasil

Compartilho com os meus leitores as idéias do presidente da Fetaema, Chico Sales, sobre a questão da Reforma Agrária no contexto das reformas que uma parte da sociedade brasileira considera urgentes e necessárias, a Reforma Tributária e a Reforma Política. Para o presidente da Fetaema a Reforma Agrária é de importância significativa para o Brasil continuar avançando para compor o quadro das grandes potências municidiais.
As idéias em questão foram publicadas no Jornal da Fetaema, publicado no dia 21 de março de 2011.
Leia o texto completo.
Reformas sem Reforma Agrária. Aonde chegaremos?
Novo governo federal, novos desafios. Fala-se muito em reformas. As reformas necessárias para a consolidação do Brasil no cenário das grandes potências são recorrentemente pautadas nos discursos de políticos e empresários.
A reforma tributária e a reforma política parecem figurar como as principais. E a Reforma Agrária? não é uma reforma necessária? Como o Brasil vai erradicar a pobreza sem esta reforma?
A Presidenta da República, em seu discurso de posse, afirmou o seguinte: “A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos”. Acreditamos nas palavras da Presidenta, prova disso foi o nosso apoio irrestrito à sua candidatura.
Para o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais a Reforma Agrária é fundamental em um programa de erradicação da pobreza extrema do Brasil. Através dela o governo garantirá melhores condições de vida para grande parte da população e libertará seu povo definitivamente do julgo imperial e colonial, representados pelo latifúndio.
Os dados relativos ao desenvolvimento dos assentamentos de Reforma Agrária apontam que 38% das famílias assentadas não conseguiram se quer auferir um salário mínimo. Além disso, 95% destas famílias se encontram nas regiões Norte e Nordeste. São os assentados/assentadas os únicos responsáveis por esse fracasso econômico? O Estado fez a sua parte efetivamente?
Esses dados nos desafiam todos os dias. Eles indicam que a Reforma Agrária feita no Brasil precisa buscar outros caminhos. Há anos que o Movimento Sindical critica o modelo de reforma agrária que isola o/a trabalhador/trabalhadora rural em um pedaço de terra, muitas vezes de pouca fertilidade, aonde falta tudo. Só terra não resolve o problema, não cansamos de repetir.
Insistimos, os governantes precisam entender que é necessário implementar, nos assentamentos e entorno destes, um conjunto de políticas públicas para Reforma Agrária se tornar um eixo eficaz de erradicação da pobreza.
 O processo de Reforma para dar certo tem que ser transparente participativo e bem coordenado. De maneira que os assentamentos sejam espaço de inclusão social e produtiva, na perspectiva de fortalecimento e expansão da agricultura familiar. É fundamental que os/as agricultures/as familiares assentados/as tenham acesso a terras férteis, tecnologias de produção e beneficiamento, financiamentos e assistência técnica permanente. Tudo ao tempo e a hora, como é viabilizado para o agronegócio/latifundiários.
É triste vivermos em um país que se vangloria por ser a décima potência econômica do planeta, mas ainda possui um dos piores indicadores de desigualdades sociais do mundo. Está mais do que na hora de tomar a decisão de realizar uma Reforma Agrária na perspectiva de inclusão social, ambiental, cultural e econômica, transformando o discurso de desenvolvimento sustentável em coisas reais.
Portanto, uma das reformas fundamentais para assegurar o Brasil no panteão das grandes nações desenvolvidas é a Reforma Agrária. Desafiamos a sociedade civil e a sociedade política para essa grande empreitada.

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