O PAC –
Programa de Aceleração do Crescimento é mais do que um conjunto de obras civis,
ele é está imerso nas teorias e práticas desenvolvimentistas.
O PAC foi
criado com objetivo de fazer o Brasil alavancar o seu crescimento econômico
através de grandes obras de infra-estrutura. Parecia que este programa seria o
canal através o qual o governo iria construir estradas, reformar portos e
aeroportos, construir moradias e saneamento básico. Mas não, o PAC se tornou um
símbolo, uma representação de prosperidade.
Entendo que a
divulgação, por parte do governo federal, da formulação de um PAC para erradicar
a pobreza guarda a intenção de demonstrar que este tema estará
no centro da agenda do mandado da presidenta Dilma Rousseff.
Quando eu
estudei o chamado combate à pobreza rural, tendo como campo empírico a
implementação do Programa de Combate à Pobreza Rural nas comunidades quilombolas, no período de 2003 a
2005, busquei compreender como os agentes governamentais e a comunidade de Filipa interpretavam o fenômeno
nomeado de “pobreza”.
Cheguei à
conclusão de que a comunidade Filipa e os agentes governamentais interpretam a
pobreza como a falta de bens culturais e materiais. No caso da comunidade quilombola,
a Filipe, a pobreza era representada pela falta de alimentação. Já os agentes
governamentais entendiam a pobreza segundo os parâmetros do Índice de
Desenvolvimento Humano, ou seja, a falta de educação, saúde e renda monetária.
Portanto,
pobreza é uma categoria de interpretação e reinterpretação do real, recebe
significados que variam segundo o tempo e o espaço. Nesse sentido, as
autoridades do governo federal dizem que precisam conceituar melhor o que é
pobreza extrema e identificar onde estão os pobres.
O PAC de
erradicação da pobreza ainda não tem nome. No entanto, a ministra do desenvolvimento
social já adiantou que o novo programa contará com os seguintes eixos:
- Transferência
de renda: aperfeiçoamento do programa bolsa família
- Acesso à
rede de serviços públicos essenciais: saúde, educação, saneamento,
- Inclusão produtiva: qualificação profissional, geração de renda, etc.
- Monitoramento
permanente, tendo em vista a averiguação do alcance das metas estabelecidas.
Entendo que a
erradicação da pobreza extrema é um dos maiores desafios que a presidenta
chamou para o seu governo. Acho ainda que o nosso país dispõe de todas as
condições para o alcance desta meta. No entanto, outros desafios
precisam ser simultaneamente superados, cito agora dois dentre vários: a
corrupção e o assistencialismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário