Representantes do movimento feminista defenderam, nesta quinta-feira (9), a adoção do financiamento público exclusivo de campanha e da lista fechada preordenada
dos partidos, com divisão igual entre gêneros, para fortalecer a
participação das mulheres na política brasileira. Durante audiência
pública na Comissão Especial de Reforma Política, também houve quem
defendesse restrições no número de reeleições para cargos legislativos
como forma de aumentar a presença feminina no Congresso.
A representante da Articulação das Mulheres Brasileiras (AMB) no
evento, Sílvia Maria Camurça, considera que a lista fechada, combinada
com o financiamento público, dará maior igualdade entre os gêneros na
disputa, uma vez que um dos principais entraves à participação das
mulheres e de grupos minoritários é o acesso a recursos econômicos.
A militante alertou, no entanto, para a necessidade de as mudanças
serem associadas à reforma na Lei dos Partidos Políticos (9.096/95),
para garantir convenções democráticas e transparência na composição das
listas. “Temos partidos absolutamente oligárquicos, então precisamos
mudar a legislação partidária para que essas legendas realizem
convenções democráticas e exerçam mecanismos de disputas internas
justas”.
A assessora especial da Secretaria de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República, Tatau Godinho, concordou e cobrou maior
participação de mulheres, que não supera 9% na Câmara dos Deputados.
“Não é aceitável esse nível de participação política se somos 50% do
mercado de trabalho, temos maior escolaridade e uma representação muito
maior nos movimentos sociais, na vida privada e nas empresas”, disse.
A assessora cobrou ainda uma limitação na quantidade de reeleições.
“Isso ajudaria a aumentar a presença de mulheres no Congresso e a
implantar o processo de paridade entre os gêneros”, comentou.
Leia mais sobre este tema aqui.
Fonte: Agência Câmara
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