Por quais razões o Congresso Nacional não aprova a Lei que pune com rigor funcionários públicos que enriquecem da noite para o dia? Deveríamos colocar esta interrogação nas redes sociais para ver se os deputados federais e os senadores do nosso país dão alguma resposta. Fernanda Odilla informa, na Folha de São Paulo de hoje, que "o projeto que está na Câmara transforma a evolução
patrimonial sem justificativa
num artigo do Código Penal,
com pena de três a oito anos
de prisão, mesmo nos casos
em que não for comprovado
dano ao patrimônio público" , oginário do Executivo Federal ainda no governo do Presidente Lula.
É de se estranhar que essa proposta tenha entrado no congresso e quase nada se fala a seu respeito. Silêncio quase total.
É de se estranhar que essa proposta tenha entrado no congresso e quase nada se fala a seu respeito. Silêncio quase total.
Na matéria a seguir, podemos saber que outras propostas de Leis que visam punir com rigor quem "surrupia" os recursos públicos não andam no Congresso Nacional. Recursos públicos, diga-se de passagem, fruto de impostos altíssimos pagos ou descontados principalmente da classe-que-vive-do-trabalho.
São Paulo, domingo, 22 de maio de 2011
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Pena mais dura para riqueza ilícita empaca no Congresso Projetos que tratam corrupção com maior rigor caem no esquecimento Governo Lula propôs prisão para funcionário que enriquecer sem justificativa e multa para empresa corrupta FERNANDA ODILLA DE BRASÍLIA Estão parados há mais de um ano no Congresso projetos que o próprio governo federal apresentou para impor penas severas a funcionários públicos com evolução patrimonial suspeita e empresas envolvidas em corrupção. Um dos projetos transforma em crime o enriquecimento ilícito de funcionários públicos. Foi preparado pelo ex-chefe da CGU (Controladoria-Geral da União) Waldir Pires e enviado ao Congresso pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2005. A Lei de Improbidade Administrativa, única que trata do tema atualmente, define o enriquecimento ilícito como a obtenção de vantagem patrimonial indevida em razão do cargo, mandato ou função pública. A lei prevê sanções como a demissão e a suspensão de direitos políticos. O projeto que está na Câmara transforma a evolução patrimonial sem justificativa num artigo do Código Penal, com pena de três a oito anos de prisão, mesmo nos casos em que não for comprovado dano ao patrimônio público. Se o projeto tivesse sido aprovado, casos como o do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, poderiam ser analisados sob a ótica de uma lei mais rigorosa. O ministro comprou um apartamento de luxo e um escritório em São Paulo com os rendimentos de sua empresa de consultoria, que faturou R$ 20 milhões no ano passado. Palocci nega ter cometido irregularidades na condução de seus negócios privados. Integrantes de órgãos de controle interno do governo já perderam as esperanças de que o projeto que criminaliza o enriquecimento ilícito seja aprovado. Ele passou pelas comissões da Câmara e está pronto para ser apreciado no plenário desde 2007, mas nunca entrou na pauta. Outro projeto que não foi longe no Congresso Nacional propõe aplicar a empresas envolvidas com corrupção multas equivalentes a até 30% do faturamento. A proposta foi elaborada pelo Ministério da Justiça em conjunto com a CGU e a AGU (Advocacia-Geral da União). A ideia do projeto é reforçar sanções de caráter administrativo para inibir a participação das empresas em esquemas de corrupção. "Não tem como colocar uma empresa na cadeia", afirma o chefe da AGU, Luís Adams. Lula enviou o projeto ao Congresso em fevereiro do ano passado. Na Câmara, decidiu-se que a proposta deveria ser analisada por uma comissão especial, mas ela não foi criada até agora. "Nós, os órgãos de controle, nos ressentimos dessa lacuna legislativa que é a falta de um instrumento específico para alcançar o patrimônio das empresas", afirma o chefe da CGU, Jorge Hage. Quando os dois projetos chegaram à Câmara, decidiu-se que eles tramitariam em regime de prioridade. Mas a ideia acabou abandonada. "Esses projetos mexem com o poder econômico e por isso enfrentam mais dificuldade para andar", afirma o deputado Carlos Zaratini (PT-SP), que pediu à Mesa da Câmara a criação imediata da comissão especial. |
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