10 de novembro de 2010

COMO NO SÉCULO PASSADO

De volta os conflitos agrários e os crimes de pistolagem.

Os dados da Comissão Pastoral da Terra publicados recentemente, assim como as inúmeras denúncias que chegam à Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Maranhão - FETAEMA, dão conta do recrudescimento da violência no campo maranhense.  

A sensação é de que estamos vivendo na década de 1980, ocasião em que a pistolagem campeava no Maranhão, tendo como alvo principal as lideranças rurais que lutavam pela reforma agrária.

O assassinato de Flaviano Pinto Neto, líder rural da comunidade quilombola Charco, no município de São Vicente de Ferrer chama a atenção para a cravidade do problema agrário do Estado.

Saiba mais sobre os conflitos agrários na Baixada Marenhense lenda o relato  da viagem  às áreas, realizada pelas entidades:   FETAEMA, Comissão de Direitos Humanos da OAB e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos no dia 08 de novembro/2010

Representantes da Fetaema visitam regiões de Conflitos Agrários na Baixada Maranhense
Por: Barack Fernandes
Agência FETAEMA de Notícias
A visita do presidente da FETAEMA começou pelo STTR´s de São Vicente Ferrer, ainda na tarde do dia oito, onde ele esteve conversando com a coordenadora do Pólo Sindical da Baixada Maranhense Lina Martins, o presidente do sindicato, Raimundo Pereira, o secretário geral, Domingos Serra, e o secretário de Finanças, Railson França, para compreender como o caso do assassinato do líder quilombola de Charco, Flaviano Pinto Neto, está sendo acompanhado pela base.
Na manhã do dia nove, os representantes da FETAEMA, visitaram o sindicato de São Bento, com o mesmo objetivo, de fortalecer a luta pela terra na região. Em seguida, a comitiva seguiu para o Fórum da cidade, onde juntamente com advogados da Sociedade dos Direitos Humanos, representantes do INCRA, da Comissão Pastoral da Terra, entre outras redes sociais, estiveram participando de audiência pública de conciliação, para tentar impedir o cumprimento da liminar, que pede o despejo de trabalhadores(as) rurais do povoado Cruzeiro, no município de Palmeirândia.
 O advogado da FETAEMA, Luiz Pedrosa, tentou acordo com o “proprietário” da terra, Manoel Gentil, pedindo que ele, suspendesse a ação, garantindo que no prazo de seis meses, a comissão conseguiria junto ao INCRA, recursos para compra da terra que estão em conflito. Porém, o juiz da comarca de São Bento, Sidney Cardoso Ramos, afirmou que só havia duas opções a ser tomadas: cancelar ou continuar com a liminar. Logo em seguida Manoel Gentil, que já estava sinalizando pela suspensão de seis meses da ação de despejo, recuou da decisão, confirmando que continuará com o processo de retirada das famílias.
“Eu esperava que fosse feito um acordo bom para as duas partes. A decisão de hoje prejudica agente, ficamos inseguros em continuar com o plantio de melancia, cana, milho, além de sermos constantemente ameaçados”, desabafou no final da audiência, o líder da comunidade Cruzeiro, Lazáro Almeida.  
Com sentimento de revolta, os representantes da FETAEMA, com a Comissão da OAB e redes sociais, seguiram para o povoado Cruzeiro, onde foi realizada uma reunião com os trabalhadores (as) rurais. Na fala o presidente da FETAEMA, Chico Sales afirmou que as famílias devem continuar com as plantações, pois a Federação dos Trabalhadores(as) Rurais na Agricultura do estado do Maranhão, OAB e demais entidades, irão permanecer na luta, por seus direitos.
A comissão encerrou a passagem pelas regiões de conflitos agrários da Baixada maranhense, no Charco, local, onde há uma semana foi assassinado com sete tiros na cabeça, o líder quilombola, Flaviano. Em meio à comoção de familiares e companheiros, os dirigentes dos sindicatos de Palmeirândia, São Vicente Ferrer, Bequimão, São João Batista, Pinheiro, Olinda Nova, Vitória do Mearim, levaram a comunidade, palavras de conforto e fortalecimento da guerra diária de milhares de trabalhadores(as) rurais para permaneceram com um pedaço de terra. “Temos que lutar juntos. Nós que somos trabalhadores rurais, precisamos de terra, por tanto vamos permanecer. Em nome da maior entidade que representa os homens e mulheres do campo, FETAEMA, e em memória de Flaviano, declaramos que o fazendeiro, queira ou não, vamos permanecer”, ressaltou o presidente da FETAEMA, Chico Sales.
E encerrou, afirmando que todas as medidas cabíveis já estão sendo feitas para chegar aos assassino


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