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| Fundadores do PT | 
Manoel da Conceição: líder camponês, militante dos direitos humanos e Doutor. O título de Doutor Honoris Causa a Monoel é o reconhecimento de uma trajetória de luta por justiça e direitos politicos, econômicos e sociais ao povo brasileiro, particularmente, para aqueles mais excluidos, os trabalhadores e trabalhadoras rurais.
O título de Doutor Honoris Causa 
   
   
   
   
   
   
   
   
    
 é
 atribuído
a personalidade que se tenha distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das
artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre
os povos.     
Manoel da Conceição encontra-se entre os principais articuladores da construção do Partido dos Trabalhadores. Atualmente dedica-se à organização da produção familiar rural através do cooperativismo, sem deixar de lado a luta mitância partidária, prova foi o seu ato extremo de greve de fome empreendido na perspectiva de fazer prevalecer a democracia interna no PT.
| Diploma emitido pela UFMA | 
Reproduso a seguir o texto da professora Alciane que elucida muito bem a trajetória de Manoel da Conceição. 
"Manoel da Conceição Santos se autodenomina agricultor, militante das lutas em 
defesa da reforma agrária e do desenvolvimento sustentável. É sócio 
fundador do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural – CENTRU, 
fundador nacional do Partido dos Trabalhadores, tendo participado da 
organização de diversos sindicatos de trabalhadores rurais e de 
associações e cooperativas para o fomento da produção agrícola e 
agroecológica. Em novembro de 2009, foi homenageado, em Brasília, no III
 Seminário Latino Americano Anistia e Direitos Humanos “Manoel da 
Conceição”.  
Nascido
 em 1935, no lugarejo conhecido por Pedra Grande, município de 
Pirapemas, Estado do Maranhão, aprendeu ainda quando criança, com seu 
pai, as atividades de trabalhador rural e de ferreiro. Sua trajetória 
política começa quando sua família é expulsa das terras - herdadas dos 
avós - por proprietários fundiários que exploravam os trabalhadores 
através do mecanismo da renda da terra. Seu grupo familiar enfrentou 
situações de conflito por terra em vários lugares até se estabelecer, em
 1962, no Vale do Pindaré.   
A
 trajetória política de Manoel começa nessa região, onde inicia sua 
formação sindicalista com o trabalho realizado pelo Movimento de 
Educação de Base - MEB. Esse trabalho resultou na criação de 28 Escolas 
Comunitárias de Alfabetização de Adultos, que na época recebeu o nome de
 “Escola João de Barro”, no município de Pindaré-Mirim.
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Com
 a instalação do regime militar, em 1964, o governo passou a reprimir os
 movimentos sociais organizados e a perseguir Manoel Conceição. No dia 
13 de julho de 1964, durante uma assembléia geral do Sindicato, no 
povoado conhecido por Ladeira do Gato, fortemente reprimida pela 
polícia, Manoel foi baleado e levado preso para Pindaré-Mirim, onde 
permaneceu durante oito dias, em condições precárias e, sem o devido 
tratamento, o que resultou na gangrena do pé, sendo obrigado a amputar a
 perna.  
Devido
 às fortes repressões, Manoel e seus companheiros tiveram que recomeçar,
 por várias vezes, a organização dos sindicatos, a construção das 
escolas de alfabetização e o único Centro de Assistência Médica da 
Região. Manoel Conceição foi uma das pessoas que mais contribuiu na 
articulação dos movimentos da massa de trabalhadores rurais que fizeram 
da região um dos focos de lutas mais importantes durante o regime 
militar. Entre 1964 e Em 1975, Manoel foi preso por nove vezes e 
barbaramente torturado nas instâncias do DOI-CODI. Enquanto as 
autoridades negavam sua prisão, Manoel era torturado por um grupo 
clandestino de repressão. Seu desaparecimento foi objeto de muitas 
campanhas nacionais e internacionais, e até de intervenção da Santa Sé.
Manoel
 foi julgado e absolvido pelo Superior Tribunal Militar por absoluta 
falta de provas. Devido às perseguições políticas impostas pelo o Regime
 Militar, foi obrigado a pedir exílio à Suíça. Durante este período, 
participou, na Europa, de intensa campanha internacional contra a 
Ditadura Militar, em favor das liberdades democráticas, dos direitos 
humanos e da Anistia ampla, geral, e irrestrita a todos os refugiados 
políticos brasileiros.
Data
 também desse momento a publicação, pela editora Maspero, de Paris, do 
livro “Essa Terra é Nossa”, escrito em parceira com sua grande amiga, a 
socióloga Ana Maria Galano. Em “Essa terra é nossa” Manoel descreve com 
riqueza de detalhes sua trajetória, relacionando-a com as transformações
 econômicas e as lutas sociais travadas pelo campesinato maranhense, bem
 como os dissabores enfrentados nos embates com a repressão militar.
Em
 1979, Manoel retornou ao Brasil. Fundou com a participação de 80 
dirigentes sindicais da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, o 
Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural - CENTRU. Em 1984, foi
 fundada a regional Maranhão, sediada na cidade de Imperatriz e, em 
seguida, construído o Centro de Estudos do Trabalhador Rural - CETRAL, 
no povoado Pé de Galinha, município de João Lisboa - MA, com o objetivo 
de tornar-se uma referência de modelo de produção sustentável, sem o uso
 do fogo e de agrotóxicos, mas baseado em sistemas agroflorestais 
(SAF’s).
O
 CENTRU-MA iniciou um trabalho de educação e ação sindical em oito 
municípios do estado, culminando com a retomada dos Sindicatos de 
Trabalhadores Rurais, tornando-os combativos e tendo como estratégia de 
atuação a ocupação de terras improdutivas, como forma de pressionar o 
governo a implementar uma política de reforma agrária.
Posteriormente,
 Manoel da Conceição passou a ser um dos responsáveis da Escola Sindical
 Padre Josimo Morais Tavares, através da qual desenvolveu programas de 
formação e capacitação cooperativista, que resultaram na criação de 
oitos Cooperativas de Pequenos Produtores Agroextrativistas.
A
 questão da produção passou a ser o enfoque seguinte do trabalho de 
acordo com uma concepção que vincula desenvolvimento à conservação do 
meio ambiente, visando proporcionar, aos pequenos produtores, 
alternativas de renda que garantam sua sobrevivência.  
Entre
 2000-2002, foi fundada a Central de Cooperativas Agroextrativistas do 
Maranhão - CCAMA, congregando oito municípios das regiões oeste e sul do
 Estado com objetivos de melhorar em quantidade e em qualidade o 
processo de produção, industrialização e comercialização de produtos 
agroextrativistas do Maranhão e de avançar com a organização social, 
ambiental e cultural da classe trabalhadora rural rumo ao 
desenvolvimento sustentável e solidário. Atualmente são seis Cooperativas Agroextrativistas dos Pequenos Agricultores Familiares: Amarante do Maranhão; Montes Altos; Imperatriz; São Raimundo das Mangabeiras; Loreto; Estreito.      
Em
 1998, por meio da atuação do CENTRU-MA, Manoel ajuda a articular a rede
 Frutos do Cerrado, juntamente com dez organizações cooperativistas do 
Oeste e Sul do Maranhão e uma organização cooperativista do Norte do 
Tocantins. A Rede Frutos do Cerrado receberá o apoio do Programa Piloto 
para Proteção das Florestas Tropicais no Brasil (PPG-7) e terá papel 
destacado na promoção do agroextrativismo como componente fundamental 
para a construção de uma estratégia de desenvolvimento sustentável para 
as regiões de cerrado da Amazônia Legal.  
Por
 sua atuação na luta pelos direitos humanos e pelo meio ambiente, em 
1995, Manoel recebeu, no Rio de Janeiro, do Grupo Tortura Nunca Mais, a 
Medalha Chico Mendes - uma homenagem por ter participado da resistência a
 ditadura militar e continuar lutando até hoje por melhores dias junto 
com os trabalhadores brasileiros. No mesmo sentido foi agraciado, em 
2007, com o Prêmio José Augusto Mochel,  promoção do Instituto Mauricio 
Grabois e do Partido Comunista do Brasil.
Apesar
 dessa trajetória intensa de lutas, o que para muitos justificaria uma 
merecida aposentadoria e um lugar de destaque no panteão das principais 
lideranças sociais do Brasil contemporâneo, Manoel da Conceição não se 
dá por vencido e continua a frente de diversas iniciativas, como a da 
criação de uma Escola Técnica Extrativista em Imperatriz e da luta pela 
superação das mazelas sociais e pela ampliação da democracia em nosso 
País.
Manoel
 da Conceição Santos: nascido no Vale do Itapecuru, cidadão do Brasil e 
do Mundo: um lutador incansável, um coração generoso, doutor dos 
mistérios da natureza e das relações humanas, um homem imprescindível!"


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