28 de maio de 2010

POR QUE ASSINEI A CARTA "EM DEFESA DA CNB DEMOCRÁTICA E POPULAR"

Sou filiado no Partido dos Trabalhadores desde os anos 80. Filiei-me no PT muito jovem, naquele tempo ser petista era ser "radical" ou ser "de esquerda". Hoje, metaforicamente, se tomarmos como parâmetro o posicionamento político de alguns petistas para orientar condutores de veículos, com certeza não faltarão acidentes. Eles não saberão para que lado retornar, afinal de contas, esquerda nem sempre signfica esquerda, muitas vezes é DIREITONA memso.

Como filiado ao PT tenho acompanhado a corrente CNB, voto em todas as eleições internas nesta corrente, mas nunca imaginei que parte dela poderia trillhar por um caminho espinhoso acompanhando o grupo político mais abominável que imperra o desenvolvimento do Maranhão. As justificativas de fortalecimento da nossa candidata, Dilma Rousseff, não convence. Por isso, acompanho aqueles/aquelas que lutam pelo desenvolvimento sustentável do Maranhão. Por isso assino a carta abaixo:

EM DEFESA DA CNB DEMOCRÁTICA E POPULAR
O campo político petista Construindo um Novo Brasil (CNB) publicou ontem (24/05), no Jornal Pequeno, uma “nota oficial” desautorizando “quaisquer manifestações contrárias de militantes à aliança PT-PMDB no Maranhão”.

O texto “oficial” é uma tentativa de represália a vários dirigentes e militantes da tendência que vêm se manifestando sistematicamente contrários à adesão do PT ao grupo Sarney no Maranhão, em torno da eleição de Roseana ao Governo do Estado.

São sindicalistas de várias categorias, expressivas lideranças da CUT e da Fetaema, profissionais liberais, dirigentes do movimento estudantil, servidores públicos, homens e mulheres do campo e da cidade, integrantes da CNB, que não aceitam entregar a estrela do PT ao grupo Sarney.

Esta tese foi derrotada no Encontro de Tática Eleitoral, realizado em março, sob registro do dirigente nacional Paulo Frateschi. O referido encontro aprovou a aliança do PT com o PC do B, tendo o deputado federal comunista Flavio Dino candidato a governador.

Os supostos proprietários da CNB foram incapazes de convencer o conjunto dos seus próprios delegados a votar na tese de adesão ao PMDB. Agora, lançam mão de métodos autoritários para reverter o resultado do encontro e, mais grave, silenciar as vozes defensoras da aliança no campo democrático-popular.

A “nota oficial” é mais um capítulo da seqüência de ações coercitivas dos ditos proprietários da CNB, cujo capítulo mais degradante foi a entrega da camisa do PT à governadora Roseana Sarney, juntamente com um manifesto de apoio do qual não se viu nenhuma assinatura.

Esta prática (a omissão de assinaturas) repete-se na referida “nota oficial”, que teria como um dos signatários o secretário de Assuntos Agrários do PT, José Inácio Sodré Rodrigues.

Surpreso ao ver seu nome na lista de assinantes, Inácio Rodrigues disse que, se preciso, declara publicamente que não autorizou a colocação de seu nome no documento citado.

Além deste fato grave, soa até irônico o terceiro parágrafo do texto censor do comando da CNB:
“Antes de fecharmos questão sobre a tática eleitoral a ser defendida por este campo, todas as possibilidades foram exaustivamente debatidas em plenárias, até chegarmos à conclusão de que o melhor caminho para o fortalecimento do PT no Maranhão e o melhor palanque para nossa candidata à presidência é a aliança com o PMDB.”

Ora, o petismo maranhense inteiro sabe que não houve o mínimo debate interno na CNB sobre o caminho tático. O suposto comando da tendência adiou o quanto pode as discussões internas, deixando para a véspera do Encontro de Tática Eleitoral a decisão. E acabou perdendo.

Trata-se de um conjunto de práticas autoritárias e falácias políticas que só têm servido à ridicularização de uma parte do PT na opinião pública, ao desgaste interno e a uma exposição depreciativa de lideranças outrora consideradas e agora decadentes ideologicamente.

Não abrimos mão do projeto nacional. A eleição de Dilma é o foco de todas as nossas atenções. E acreditamos que o palanque formado por PT, PC do B e PSB está alinhado histórica e ideologicamente ao projeto nacional. No Maranhão, com Flavio Dino (PC do B) governador.

Todos os nomes abaixo, signatários desta nota, com nome, sobrenome e concordância ao que está escrito, militam na CNB há pelo menos uma década. Sempre participaram dos debates internos, apoiaram a chapa que elegeu Raimundo Monteiro presidente do PT, mas não concordam com o caminho da adesão petista ao PMDB.

O nosso palanque é no campo democrático-popular, reforçando o projeto nacional de eleger a companheira Dilma Roussef presidente do Brasil, acelerando as conquistas alcançadas no governo Lula. Estas mudanças serão implantadas no Maranhão com Flavio Dino governador.

Estas são as nossas motivações e as nossas esperanças, fazendo o debate franco e democrático, como sempre foi e precisa ser o PT.

Eduardo Pinto, presidente do Sindicato dos Ferroviários;
Ed Wilson Araújo, jornalista, professor da UFMA e diretor de Comunicação do Sindsep;
Chico Sales, presidente da Fetaema;
Luiz Domingos, diretor do Sindicato dos Comerciários;
Marcos Vandaí, dirigente da CUT;
Marlon Botão, relações públicas e diretor de Formação do PT/São Luís;
Marlon Henrique, servidor público federal e militante da CNB;
Moacir Filho, dirigente do Sindicato dos Comerciários;
Nivaldo Araújo, presidente da CUT;
Ricardo Gonçalves, professor, militante e ex-coordenador da CNB;
Marla Silveira, Setorial de Cultura do PT-MA;
Domingos Cantanhede, Assessor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaema);
Adão de Sousa Carneiro, PT de São Francisco do Brejão;
Maria Adriana Oliveira , Coordenação de Mulheres da FETAEMA e da CUT/MA;
Valdemar Ferreira, Vereador do PT de Satubinha;
Francisco Domingos (Bilú), Jornalista e do PT de Santa Luzia do Paruá


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